Carteiras Vazias

Sozinha.. Abalavelmente inserta de pensares instavelmente sórdidos e espelhada em vontades de um dia sublimemente frio.
Esperando palavras de pessoas invisíveis que me rodeiam. Me dirigindo a pessoas materializadas que me ignoram e não me veem como matéria.
De fato, estou em outro plano. Tanto que nada enxergo, ninguém ouço.
E apesar dos ruídos produzidos por hologramas impensantes a minha volta , ainda sinto o silêncio.
Que com certeza é muito mais preenchido de verdades e intensivos estados elevados da consciência.
Mixados na vazia paisagem de uma sala estática, repleta de objetos inanimados não habitados por pensantes seres.
Apenas a mesa mais rabiscada, mostra a certeza de pensamentos confusos que caminham em direção a mais luminosa fonte de saber.
Os rabiscos  sabem a incerteza de estarem ali e poderem ser apagados a qualquer minucioso instante.
O corredor habitado de cabeças vazias, confirma a sala estática.
Estáticos pensamentos os que vagueiam o espaço de minhas manhãs.
Soltam dos lábios, podres putrefatos que deviam ser flores de pétalas macias.
Esse oco mundo se perde em vasta amplitude de falsos sorrisos.
Expressões paralíticas, máscaras rachantemente quebradas.
Sons. Silêncio. Solidão impenetrável por pessoas que não procuram se preencher com a essência de suas razões.
Manchas que se espalham de canto em cantos, cantarolando algo que nem todos conseguem ouvir.
O café amargo, que nem todos conseguem saborear.
E por fim, o doce gosto de ter algo em mente que a maioria não entende.

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