Borra-me a Face ☂

Se um dia o mar voltar a ser terra. Ou a terra que existe, voltar a ser mar. Tudo seria invertido, no mundo, divertido som de surdo. Eu não sei se é brincadeira do universo. Ou se meu tempo passou. Mas sei que corre o vento, Cantando som de amor. Se eras verdade, tudo o que me disseste, Guardei comigo teu coração. Mas se era vão, deixei tudo no vão da porta. Que agora torta, encontra-se fechada.

Quando amei, minha vontade de viver se fez flor. E quando eu descobri o que é o amor, passei a estar cada vez mais sozinha. Eu não sei que horas são. Mas sinto que é tempo de ir. Quando passa rápido, tudo vira fumaça. E quando minha vista embaça, prefiro tatear a escuridão. Sinto que a emoção me faz mais. Lembrar o que se sente por dentro, as vezes causa paz ou tormento. Sei que é inevitável sentir. Mas se é hora de ir, apressar-se nos faz chegar bem.

Eu não sei quanto tempo me resta ser Saudade. Onda que bate a alma em forma de maresia. Abate os sentimentos que se movem, estasiados na loucura de viver. Quando a flor desabrocha no inverno sente frio. E o calor daqueles que passaram, se vai com o vento gélido. Eu não sei qual é a cor de se sentir devagar. Mas sei que lento o tempo passa, como quem abraça a solidão de ser mar. Mais uma vez.

Se hoje respiro, é porque escolhi ser vida. Flores quando choram, tem perfume de rosa. O reflexo da alma é como rocha: Que íntegra, é composta de aglomerados de partículas minerais. Flores quando choram, são como Suas pétalas. Aveludadas e sensíveis, respiram. Flores quando choram são como o mar... Sobem pela maré, na mais inesperada onda, desmancham tudo. A sombra que anda como quem canta!

Seres de luz que habitam o espaço . Me levem junto neste laço. Que infinita seja sua voz. Que eterna seja sua energia. Que leve seja meu semblante. Me leve pra distante.

Quando a vida te der um tapa. Mostre sua face. E não tenha medo de apanhar. Porque o ato de captar é uma dádiva. Então aceite a energia e transforme em magia. Vitalizando a condição em condicionamento, e aprendizagem.

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Como um peixe fora d'água, vivo buscando maneiras de tocar o céu. E me vejo refletida no jogo da vida, tentando colher o mel. As vezes nada faz sentido e ando pra trás, pensando estar perdida. Mas através das escolhas, vejo a trilha, cada possibilidade de partida. Viver é um caminho sem volta, e no final... todo mundo morre!

Pele e sombra. Frescor da manhã. Como orvalho que pinga, molhando a alma quente. Somos de corpo e carne. Vivos e ativos. Quem semeia, vê crescer. Colhe o fruto do saber.

Olhar doce, sombra e pedra. Olhar o mundo, em constante queda. Ser a cura, Plantas mudas.

Lembrança de imergir. Em sentimentos como água límpida. Como pode a vida ser, maleável toque que permeia a carne. Eu também sei ser água. Sentimento puro que escorre a face. Também sei chorar, como quem limpa o caminho que difícil está . Águas de mar, maré que sobe em meu lar. Se os olhos são a janela da alma, minhas lágrimas são fragmentos de um não corpo. E este rio insondável que ronda toda natureza, oh misteriosas águas salgadas de minha morada. Faz-me derramar, feito mar, um pedaço de mim.

Eis que brota um novo amanhecer, quando minha alma floresce meio aos raios de sol, o meu coração pulsa lento. Buscando a luz que se esconde por entre as folhas, meu sentimento dança com o vento. Eu também sei ser água, que escorre feito rio e alimenta tantos seres. Mas também sei ser pedra, que dura feito barro, abriga tantos animais, protege com a força dos ancestrais!

E se pra voar é preciso sonhar... Para alcançar precisamos tirar os pés do chão!

O caminho , nem sempre escolhemos.. Porque quando pensamos estar andando na direção certa, vem um vento e nos alerta. Quando pensamos estar fazendo acontecer, vem a correnteza ... E leva tudo embora que acreditávamos ser. Então que possamos aceitar o agora como ele é. Sem contestar o que está por vir. Que possamos nos agarrar ao caminho, que a cada passo, se transforma. E aceitar a sua forma de ser. Que possamos andar sem ver.

Quando a sombra de meu pensamento se cala, me vejo natureza. E ela por mim fala, com toda sua beleza. Somos fractais, se refletindo e se repetindo. Juntamente com cada fibra e cada parte do que nos compõe. Somos mesmo, o mesmo que nos faz ver. Somos o todo de cada ser.

Da cor do céu, se fez meu pensamento. Se foi com as folhas, partes do tempo. O que é viver quando nada há de compartilhar? E pra quem se faz a vida, quando deixamos de amar?

Leve-me.. vento. Para onde meu espírito pertence. Eu não sei mais onde estar. Pintando em cores frias, o tempo passa. Aceso é o desejo de ser natureza. Ela toca as almas que por ela caminham. Meu andar é lento e não sei pra onde vou. Leve-me, para algum lugar leve. E continuarei correndo... Para qualquer lugar, onde minha alma possa descansar.