Borra-me a Face ☂

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Tão sentimental... Carência é foda.. Nossas fases e luas. Ciclos e sentidos. Inevitável sentir, que transborda a alma ... Doce sorrir, mesmo fora de hora. Mesmo quando dói por dentro .. Quando a gente sente falta e lamento.

Respirar reflete minha vontade de ser terra. E ser terra, reflete todo ar que respiro. Purificada, estou a me fundir com a natureza. Que junto da alma, torna-me árvore.

Num Fractal multidimensional, Larguei um pedaço de mim, proporcional. Se somos tudo que amamos, Ou se amamos tudo o que somos...  Se voamos, sem asas, Ou se criamos asas pra voar. O destino é quem fala. E calar é a mair profunda voz .

Se vi o mundo com olhos de garoa, Hoje o sol bate forte e seca minha roupa. E agora minha visão limpa sobre o céu azul, voa distante com meu corpo nú.

Se um dia meu espírito se esvair, Como areia os pedaços irão voar. E por entre os dedos esfoliar a pele. Que de sol arde, na água salgada.

Cantei meu coração . Com água salgada bebi. Minha própria morada era de pedra. E na certa, errei o caminho de casa. A água ainda era salgada. Mas deixei de lado a dor de meu coração. Recomeçou aquela canção, em tom de cores brandas. Mais uma noite se foi. Mais um dia existe. E eu a entender o rodar, de toda essa vida que vive!

Dorme lua.. Leva embora esse seu balanço que acorda toda gente pela noite. Brilha, para acalmar as almas que já se foram. Para fortalecer as almas que ainda vivem, ainda dependem da sua gentil forma de girar.

Eu vi voar em branda noite. Alma serena, que garoa de orvalho o jardim. E me despi, perante o espaço, pois o universo não tem fim!

Escorri feito alma. E derramei pelo caminho partes vivas sem destino. Fluidas, como o próprio devir!

Vejo uma porta se abrir, Feito mar que derrama suas ondas. Vejo o infinito partir, em mil pedaços a luz que conduz ao amor. Tem cores de flor. O cheiro de sua voz. Me atraiu, me atirei. Ao mar. Para ver-te. Quis verter-te em sabor de sal. Para depois molhar de luz o tom de minha pele. Ardente. Deixei pra trás o meu coração.. quis sentir a flor da sensação. Quis doer os calos de viver. Intenso. Atirei-me ao mar. E jamais voltei a respirar.

Serei eu. Serei tu. Serei tudo o que for preciso. Sereia. Ser ei(eu), ia. Fui e voltei, mais uma vez. Serei. Sereia.

Sem pé nem cabeça anda meu mundo. Pra onde foi toda gente que caminhara em minha trilha? Perdi, o sentido de ser gente. E deixei flutuar minha mente. Se hoje sou folha, foi pra ler o que escreveram em mim. E me permitir sentir, ver tudo sorrir. Mas pra onde foi toda gente que dançara em meu salão? Minha mente ecoa.. vazia. E me pego dançando só. Eu já sabia. Me dei conta quando parti. Para onde foi toda gente ? Agora apenas há um sonho de ser flor. E hoje eu sei . Não sou mais ninguém. Sou poeira que soprada pra distante, soa como música ecoante. Um belo tom que virou magia. E eu já sabia. Mas um dia que se foi.

Eu não sei onde foi parar meu coração. Mas posso tocar o céu na mais simples canção. Eu não sei quantas pessoas dançam neste salão. Mas amar é como estar no espaço livre, aguardando a próxima música. É como deslizar profundo mata a dentro. Sem notar como o vento é forte... Deixar os cabelos voarem. É como olhar pra terra e perceber, cada semente a crescer. É como molhar os dedos na lama, Deitar as pernas no rio . Deixar boiar livre, a alma de quem se banha. É ir com a correnteza, até chegar ao mar. Sem medo de se molhar!

Quando o caminho se vai. Me vejo planta. Que calma reflete sua luz. Paralítica o pensamento conduz. Não importa onde brota. Vive, pensa. Não importa o que aconteça. Cresce lenta. Inerente ao que a cerca, molda suas folhas na direção certa!