Conjuntura


Tem momentos que nossa pele só quer ser tocada...
Nosso coração só quer ser ouvido. 
Eu duvido que você não queira se sentir amado. 
Ou abraçar forte alguém que ta do seu lado. 

Eu já passei muitas primaveras por minha conta. 
E Contínuo caminhando sozinha.
Pela estrada ninguém vejo. 

Eu não almeijo pertencer .
Ou me caber num lugar fixo. 
Só quero sentir o instante num lapso pulsante do viver.

Ás vezes me sinto cansada. 
Minhas pernas bambas se recusam a andar. 
Então abro minhas asas e me deito. 
Feito nuvem Pairo, espero o tempo. 
Cura-me. 

Aonde foi toda aquela gente que por aqui passava. 
Com suas trouxas e trapos. 
Viajantes errantes sem caminho. 
Aonde foi todo sentimento que os corações guardavam. 
Aquela empatia, aquela agonia em buscar alguma coisa. 

Eu não sei mais, porque tudo está tão vazio.
Eu não vejo mais cores. 
Não vejo flores por aí. 
Só vejo pedra e poeira. 
Um resquício de precipício.
Fim de chão que desabou. 

Eu desatinei, chorei lágrimas sem fim. 
Não sobrou nada de mim. 
Apenas um Rio. 
Eu escorri feito vela pelo cascalho quebrado. 
Seixo rolando. 
Engasguei na porta do abismo. 
Abri os olhos. 

Era luz, apesar. 
Tudo Era luz. 
Brilhante na escuridão, 
Fogo que arde na imensidão. 
Era a conjuntura consumada. 
Conjectura cuntatória.
Graçolar do sapato desbotado.
Seu fim num pé descalço. 
Sentindo a terra húmida do rio que passou. 
Plantas e brotos começam a crescer. 

Eu não podia saber onde tudo ia dar. 
Porque se não, não teria feito as escolhas que me fizeram chegar. 
Eu não podia adivinhar. 
A dor e a delícia. 
Porque se não, não sentiria mais nada. 

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