Gavião



Ainda.
Quantos passos.
Meus pés se vão.
Pela terra preta.
É minha cor.
No sol eu espero.
As folhas fazem de mim.
Um pedaço daquele vento.
É lento respirar.
Das partes que de todo são um só.
Vou esvair os sentidos.
Me abrir.
Sem sentido.
Eu me deito.
No silêncio
Eu pairo.
Quanto momento naquela imensidão.
Não sei ver.
Quando eu quero ser.
Eu vou.
E me jogo.
De braços abertos.
Feito desespero.
Eu caio vagarosamente.
Meus cabelos não sabem se voam ou enrolam .
Flores cor de rosa.
Levanta poeira.
Lenha seca, madeira.
Fogo que encendeia.
Fogão a lenha.
Quero dizer mais não consigo.
Se não for poesia.
Eu não ligo.
Aqui e agora vivo.
Feito folha seca que volta pra terra.
Gavião observa.
Sobe leve na térmica.
Passarinho quando canta quer chover.
O sol vai embora sem saber.
Eu me ponho.
Reinvento.
Me contento com o que a vida dá.
Agradeço.
Permaneço estática.
Mas sem espera.
Me movimento.
Interligo.
Não ligo de ser eu mesma.
Pensante, distante.
Tudo se vai.
Eu não demoro.
Faça chuva ou faça sol.
Eu me vou.
Mais uma vez.
Meu lar não encontrei.
Sempre morei dentro de mim.

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