Nostalgia.


Nostalgiei. E sem saber o que realmente sentia, continuei a andar enlouquecida.
A solidão que parecia ter me deixado veio a tona.
Falacioso e farisaico sentimento que me bateu o peito.
Lágrimas degradantes em deleitos e propensos instantes.
Demasiei-me em delicadas memórias
Pavorosa farsa que me engasga as palavras e paralisa-me em pia expressão.
Indigesta e indelicada solidão, inconveniente tensão.

Rir ? Talvez. Mas britar meus sólitos pesares e compaixões.
Ambientar as emoções. Disseminar as partes feridas
Ainda tão atingidas e instavelmente fracas.
Ferível corpo insolúvel
Querido e torto refúgio.
Refugio minhas lástimas em branco papel.
Letras distorcidas em tom vel.
Velas gritantemente acesas,
Derretendo-se a cera, que pinga indiferente e mancha o chão ardente.
Que por ali passara tantas coisas, que tocar-lhe os dedos do pé,
traz-me mais fé do que deixar esse contraste simplesmente passante em farsante olhar.
E a calmaria no céu, o pássaro em seu deslizar fiel
Mostra-me que nem todo seco azul é belo
E que o escurecer flagelo do cair inevitável de uma lágrima, mostra que transparências minuciosas se partem em lapsos do tempo ao se por do sol.

A lua chama repentina brisa que me toca o frio pescoço.
Bananeiras secas e mais desgostos
Más fluidos fluindo inevitavelmente sem pedir minha opinião,
E tanto tempo perdido, isolando-me por causa de uma paixão.

Espinhoso troncos que me afligem.
O que seria do liso sem o áspero existir que nos incomoda ?
Nada seria do belo, sem o grotesco.
E a inspiração que me faltava para acabar tal texto,
Expressa-se inevitavelmente, falante por sí só, como a indiferença que me rodeia.
É tudo o que me tem batido o peito.

Mais frio que esse inverno, a indiferença e desprezo de meus sentimentos e sentidos.
Expressos também, em tremula letra, que foge a linha e corre torta para se refugiar em lágrimas e pensamentos degradantes.

O tempo me interrompeu. Seguiu. E agora conto-lhes que ele passou e me deixou coisas.
Coisas estas que liberto agora.
Digo que calo-me, depois de tanto calejar-me, até mesmo com a caneta que escrevo.
Nem mesmo ela me é piedosa.
Conto-lhe que letras falhas e tortas dizem muito mais que linhas vazias.
Decisões são necessárias. Até mesmo um ponto final.

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