Pra não dizer que estou só o pó...

Ainda sobre sentir muito e viver à flor da pele. 
Com um tom exagerado, que nada repele. 
Eu já pensei que não queria sentir nada, mas quando vivi o outro lado do oposto me senti morta. 
Prefiro ser aquela torta. 
Que anda estranho rangendo os dentes, mas que é quente, fervendo, sensível. 
Mesmo sendo invisível e até mesmo dolorido. 
Não me faria diferente. 
O mundo de vocês parece tão sem graça.
O meu já me dói a carcaça do jeito que é. 
Mesmo porque não sei desligar. 
Não existe um botão pra parar de pensar.
Nem mesmo pra dormir ou parar de sentir. 
O básico que pra vocês é automático, me arranca a pele. 
E você quando me olha sorrir, nem imagina que sou assim... 
Nem imagina o quanto eu sofro. 
Até enquanto eu gosto. 
Nem o quanto eu agradeço.
Até enquanto eu me entristeço.
Se fosse fácil viver em extremos o mundo seria todo assim. 
Mas a natureza estaria em desequilíbrio. 
O mundo seria feito um filme, daqueles que alguém luta pra salvar do apocalipse.
Seria mais fácil se eu pudesse dar um clique e parar com tudo que me aflinge.
Com tudo que me assola, me desgasta. 
Mas aí... não teria graça.  
Por isso eu vivo à flor da carcaça. 
Pra não dizer que estou só o pó...

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