Fragmento...



A trovoada estrondou os céus,
Um feixe de luz cortou a cinza massa de água suspensa no ar.
Estalos, colisões. De água com água.
Suspensa aos ventos.
-Como pode? - Gritei!
Junto com cada trovão que abafava minha voz.
Despenca céu, vai! Junto aos berros de uma mente insana.
Despenca céu vai! Lava, lava tudo que há!
Despenca céu vai! -Grito alto- Lave as flores de meu jardim!
Despenca céu.. e não me deixa despencar.
O cheiro de poeira assentada, sobe.
O calor de sol que ardia, desce.
A terra traga pra si a fervura ensandecida que flamejava nossa pele.
Terra molhada..Terra lavada!

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