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Mostrando postagens de abril, 2025

A Santa Morte

A Santa Morte nos faz olhar para o fato de ela mesma ser parte da vida , nos ensinando a entender que o ciclo uma hora se finda.  Que temos dentro de nós um espírito, uma parte minúsculo, mais fina que um fio de cabelo, mas que sem ela, o corpo é só um corpo.  A Morte nos ensina a viver, e nos ensina a olhar para as sombras sem medo, pois quando nossa vida está ameaçada matamos para não morrer.  A morte nos mostra que não sabemos de quase nada , pois ao nos depararmos com ela, dos questionamentos que nos traz, a dúvida reina e não somos capazes de explicar os seus mistérios.   A Morte é um magistério, um reino profundo abissal que abriga tudo que já foi vivo um dia..  O Dito e o não dito.  O escarrado, o escuro, o não vivido.  O NÃO por si só, a antimatéria, a miséria que faz o corpo sucumbir.  E ainda assim, a matéria orgânica que faz tudo surgir... que depois de decomposto, deixa de ser torto, se torna nutriente.  E não é só pra gente,...

Pra não dizer que estou só o pó...

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Ainda sobre sentir muito e viver à flor da pele.  Com um tom exagerado, que nada repele.  Eu já pensei que não queria sentir nada, mas quando vivi o outro lado do oposto me senti morta.  Prefiro ser aquela torta.  Que anda estranho rangendo os dentes, mas que é quente, fervendo, sensível.  Mesmo sendo invisível e até mesmo dolorido.  Não me faria diferente.  O mundo de vocês parece tão sem graça. O meu já me dói a carcaça do jeito que é.  Mesmo porque não sei desligar.  Não existe um botão pra parar de pensar. Nem mesmo pra dormir ou parar de sentir.  O básico que pra vocês é automático, me arranca a pele.  E você quando me olha sorrir, nem imagina que sou assim...  Nem imagina o quanto eu sofro.  Até enquanto eu gosto.  Nem o quanto eu agradeço. Até enquanto eu me entristeço. Se fosse fácil viver em extremos o mundo seria todo assim.  Mas a natureza estaria em desequilíbrio.  O mundo seria feito...

Pedaço de Mar

 Dos lugares que andei, fiz do mar minha morada.  Enquanto minhas lágrimas se fundiam, esperei no ventre de sal... Todo aquele instante liquefeito, que me causava defeito passar. Não contei as horas, nem precisei respirar. O cordão já era suficiente pra me alimentar.   E passei horas ininterruptas, lavando minhas minhas costuras. De fio tênue a suturar.

Olhos escuros

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Meus olhos profundos dizem verdades ... E grito de sobrecarga.  Não escondo minhas dores, nem nego minhas sombras.  Como ser humano: sofro. E no meio do caos eu giro pra encontrar a paz.  Não tem veneno que cure minha loucura.  Não tem substância que amenize minha indelicadeza.  Estou preza  na aspereza de ser.  E vivo mesmo sem saber o caminho.  A verdade às vezes é vaga.  As ruas são escuras.  Mas meus olhos profundos dizem verdades... E sigo quebrando muros.